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domingo, 10 de julho de 2011

Bom “Hack” É “Hack Sujo”


Photo: EPA
Imprimirenviar por E-mailPostar em blog

Cientistas europeus conseguiram “reanimar” o avariado satélite “Samba” através de métodos de “hacking”. Umas manipulações comumente usadas pelos vigaristas para roubar dinheiro de contas bancárias e cometer outros crimes semelhantes ajudaram a salvar um engenho espacial de grande valor. Os próprios especialistas do Centro Europeu de Pesquisas Espaciais chamaram suas ações de “hack sujo”. Porque eles violaram um sistema que estava em pane e este voltou a funcionar.
Agora, só, possivelmente, uns especialistas sabem que a expressão “hack sujo” não significa em absoluto um método de violação criminosa de computador. O termo “hacker” havia surgido já há 60 anos nos Estados Unidos. Deriva do verbo inglês “hack”, que significa mais ou menos “gambiarra”, ou seja, um jeitinho. Os primeiros “hackers” ajudavam os programadores a corrigir programas defeituosos responsáveis pela circulação de trens. “O `hacker´, em sua concepção original, não é uma criatura negativa, é um especialista usando uns métodos radicais, rápidos e rudes. Foram, pois, uns métodos dessa espécie empregados pelos cientistas europeus para `reanimar´ o satélite `Samba´” – contou em entrevista à nossa emissora Andrei Massalovitch, responsável do Setor de Exploração Concorrencial da companhia “Dialog-Nauka”. E prosseguiu:
É hábito designar por “hack sujo” o “hacking” em seu sentido inicial, ou seja, uma intromissão grosseira. Depois, a palavra adquiriu um significado novo. Quanto à ocorrência com o satélite europeu, um cenário possível consistiu em colocar o dispositivo avariado em regime de teste para executar nesse regime um comando de cada vez, o que não era possível fazer em estado normal e na ordem necessária. Foi como se conseguiu recuperar a capacidade de trabalho do satélite.
No começo de sua carreira, Andrei Massalovitch também praticou “hacking”. Então ele fazia aumentar as possibilidades de placas de circuito impresso importadas. Naquela época, tais placas não eram produzidas na União Soviética, sendo fornecidos do Exterior em quantidades limitadas. É porque “hackers” russos tinham que violar aqueles programas para assim aperfeiçoá-los. No dizer de Andrei Massalovitch, os princípios de “hack sujo” podem ser aplicados para qualquer dispositivo técnico, mesmo para tão evoluídos como satélites. “O `hacking´ e o Cosmo não são conceitos isolados un do outro” – sustenta o especialista. E continua:
O tema da interação entre “hackers” e satélites já tem uma história de 10 anos. O primeiro caso ocorreu em 2002, ao terem uns “hackers” chineses violado um satélite também chinês. De 2002 a 2008 decorreu um processo judicial contra uma companhia de Rupert Murdoch que contratava “hackers” para estragarem equipamentos instaaldos em satélites de concorrentes. E a história mais escandalosa aconteceu em agosto de 2008, quando especialistas estadunidenses contaminaram a Estação Espacial Internacional com um vírus escondido nos seus notebooks.
É justamente o “hack sujo”, ou seja, uma intromissão grosseira no sistema, que aparece ás vezes como o único método de correção de uns desarranjos à primeira vista irreparáveis. E a situação com o satélite “Samba”, o qual já voltou a funcionar normalmente, é disso uma boa prova.

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